Palácio da Ventura...
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busca anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!
( Antero de Quental )
2 Comments:
E que dizer deste bel´´issimo soneto de Santo Antero, como lhe chamavam os amigos?
Ei, gente aí do Brasil, andam cegos ou quê. Está bem que é tempo de eleições mas apreciar a boa poesia também
Adoro a Poesia de Antreo de Quenta... Tenho este postado no meu blogue:
Tenho cantado esperanças…
Tenho falado d’ amores…
Das saudades e dos sonhos
Com que embalo as minhas dores…
E eu cuidei que era poesia
Todo esse louco sonhar…
Cuidei saber o que é vida
Só porque sei delirar…
Eram fantasmas que a noite
Trouxe, e o dia levou…
À luz da estranha alvorada
Hoje minha alma acordou!
Esquece aqueles cantos…
Só agora sei falar!
Perdoa-me esses delírios…
Só agora soube amar
[Poema"Maria" de Antero de Quental]
Que aqui te deixo... com um abraço ;)
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