quinta-feira, março 08, 2007

Errante




Meu coração da cor dos rubros vinhos
Rasga a mortalha do meu peito brando
E vai fugindo, e tonto vai andando
A perder-se nas brumas dos caminhos.

Meu coração o místico profeta,
O paladino audaz da desventura,
Que sonha ser um santo e um poeta,
Vai procurar o Paço da Ventura…

Meu coração não chega lá decerto…
Não conhece o caminho nem o trilho,
Nem há memória desse sítio incerto…

Eu tecerei uns sonhos irreais…
Como essa mãe que viu partir o filho,
Como esse filho que não voltou mais!



Florbela...

1 Comments:

At 9:09 AM, Blogger Menina Marota said...

Uma bela escolha, Florbela Espanca... uma das poetisas minha preferida!

Beijo meu
;)

 

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