Spiritus Lupus in umbra engredi...
segunda-feira, setembro 25, 2006
domingo, setembro 24, 2006
Palácio da Ventura...

Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busca anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!
( Antero de Quental )
sábado, setembro 23, 2006
Não sei de ti...

Eu não sei de ti...
O silêncio sabe.
É ele que ouve meu lamento.
Eu não sei de ti...
As horas sabem.
É com elas que passo as noites a esperar.
Eu não sei de ti...
A solidão sabe.
Na cama vazia, é minha companheira.
Eu não sei de ti...
O dia sabe.
É com ele que espero a noite chegar,
Na esperança que o Silêncio, as Horas e a Solidão,
Possam me dizer; onde está você.
Eu não sei de ti...
quinta-feira, setembro 21, 2006
Poeta da Cruz.

(1841-1875)
* * *
Estrellas
Singelas,
Luzeiros
Fagueiros,
Esplendidos orbes, que o mundo aclarais!
Desertos e mares, - florestas vivazes!
Montanhas audazes que o céo topetais!
Abysmos
Profundos!
Cavernas
Eternas!
Extensos,
Immensos
Espaços
Azues!
Altares e trhonos
Humildes e sabios, soberbos e grandes!
Dobrai-vos ao vulto sublime da cruz!
Só ella nos mostra da gloria o caminho,
Só ella nos falla das leis de - Jesus !
-
domingo, setembro 17, 2006
Camuflagem

Por mais que eu fuja, tu estás,
Pelas sombras, nuvens e paredes.
No silencio, na fumaça,
Ao raiar do dia, ao cair da noite.
Nas madrugadas como um fantasma,
Segue meus passos tal um vento morno.
Revolvendo do passado as lembranças,
Que ainda estão presentes.
Do quadro da vida,
Em que sou a tela já opaca e sem cor,
És a moldura viva,
De tudo que de nós restou.
Pelas sombras, nuvens e paredes.
No silencio, na fumaça,
Ao raiar do dia, ao cair da noite.
Nas madrugadas como um fantasma,
Segue meus passos tal um vento morno.
Revolvendo do passado as lembranças,
Que ainda estão presentes.
Do quadro da vida,
Em que sou a tela já opaca e sem cor,
És a moldura viva,
De tudo que de nós restou.
sábado, setembro 16, 2006
Noite.
Vem a noite...
E a cálida luz que ilumina meu dia, se apaga lentamente. Começam as sombras, e nelas vou seguindo meu destino. Não sofro mais, pois elas já fazem parte da paisagem de um sonho que a muito se acabou. Quem sabe amanhã quando a luz voltar, eu ainda tenha esperanças de sorrir mais uma vez.
E a cálida luz que ilumina meu dia, se apaga lentamente. Começam as sombras, e nelas vou seguindo meu destino. Não sofro mais, pois elas já fazem parte da paisagem de um sonho que a muito se acabou. Quem sabe amanhã quando a luz voltar, eu ainda tenha esperanças de sorrir mais uma vez.
sábado, setembro 02, 2006
Parece, mas não é...
Vem,
É a primeira vez que me usas.
Mete suas mão de uma vez,
Quero sentir a grossura e o comprimento
De cada um de seus dedos,
A largura da palma de suas mãos,
Quero sentir-te até o punho.
Vem força,
Ainda sou apertada.
Faça minha pele esticar todas
As suas pregas e costuras,
Para que amanhã se sintas confortável
Quando meteres de novo.
Vem
Sinta como sou suave por dentro...
É a primeira vez que me usas.
Mete suas mão de uma vez,
Quero sentir a grossura e o comprimento
De cada um de seus dedos,
A largura da palma de suas mãos,
Quero sentir-te até o punho.
Vem força,
Ainda sou apertada.
Faça minha pele esticar todas
As suas pregas e costuras,
Para que amanhã se sintas confortável
Quando meteres de novo.
Vem
Sinta como sou suave por dentro...

Só comigo suas mãos estarão protegidas da neve lá fora.
Vem,
Sou seu par de Luvas
Que ganhaste e ainda não usou...
Vem,
Sou seu par de Luvas
Que ganhaste e ainda não usou...