Pecado da Carne
De repente, senti seu perfume do outro lado da rua, e sua imagem povoou minha mente.
Aquele delicioso aroma invadiu todo meu ser. Parei.
O dia estava quente, afrouxei o nó da gravata, e quis continuar a caminhar, mas não pude.
Minha cabeça girava, meu corpo tremia, minha boca cheia de agua, parecia sentir aquele gosto que só ela tem.
Atravessei a rua em meio ao trânsito feito louco, a sua procura.
Não foi difícil encontrar, pois aquele aroma parecia guiar meus passos.
Me deparei com uma porta de vidro, por onde podia ver todo o meu desejo, toda a minha fraqueza e prazer à minha espera.
Lá estava ela; nua e crua, um verdadeiro manjar dos Deuses, fresca macia e inigualável.
Tirei a gravata, abri os primeiro botões da minha camisa, e sem dizer uma só palavra, vi se abrir diante dos meus olhos, aquele Pomo de carne Rosada, com suas bordas ligeiramente escurecidas, e escorrer do seu interior, o suco quente e gostoso. Não resisti; cai de boca.
Quando dei por mim, já tinha comido quase uma Picanha inteira mal passada no espeto, na Churrascaria do Sul.
Sem Sal, é claro...
